O último ano foi um divisor de águas na minha vida. Claro que não vou fazer a análise aqui via blog, mas foram muitas coisas num curto espaço de tempo que me ensinaram a dar um novo passo, ainda que eu estivesse resistente em relação aos novos caminhos.
Foram problemas com o trabalho, episódios depressivos, um relacionamento frustrante, uma viagem regada a surpresas, a distância da família, a volta conturbada. Tudo o que eu não conheci em 26 anos no Brasil, vivi nos EUA em meio ano e sozinha. Porque ainda que eu tivesse algumas companhias, elas também tinham seus afazeres e a vida lá não é de algodão doce como nos filmes.
Aprendi que remédio ajuda, mas que a mudança está na cabeça da gente. Entendi, embora tenha demorado, que merecemos alguém que tenha certeza que quer nossa presença ao lado. A covardia leva as pessoas a frases ou gestos e semblantes subentendidos – nos torturamos tanto para chegarmos a conclusão de que muitos nada querem dizer. Compreendi que se dedicar a algo, a alguém, não importa por quanto tempo: vale a pena. Existem pessoas que não valem. Mas o amor, os sentimentos e as emoções no geral, a entrega, a verdade, sempre vão valer. A diferença é o valor que cada um dá as situações que vivem.
Pela primeira vez estava caminhando com as minhas próprias pernas, e principalmente, tentando descobrir onde foi que me perdi, para tratar de me encontrar de novo o mais rápido possível. Sinceramente, o reencontro que a gente tem com a gente mesmo não é fácil e exige trabalho diário. Você não perde um emprego ou um namorado; a vida te convida a buscar melhores coisas e companhias.
Foi uma família maravilhosa, amigos incríveis, terapia, livros, alguns telefonemas e muitas descobertas, até voltar a velha gargalhada de sempre. Aquela gargalhada que não precisa de espelho. É bem a cara da felicidade: embora não seja palpável, na maioria das vezes, é escandalosa e visível.
Não estou gongando casais apaixonados no dia de hoje, pelo contrário. Sou romântica, mas aprecio bem mais o amor de todos os dias. O ato de não só viver, mas conviver, esse sim é de se tirar o chapéu. Aliás, aprecio bem mais o dia 13 de junho, dia de Santo Antônio. Mas fica para amanhã!
O fato é que o espelho pode mostrar muito mais do que a gente vê, e estar em paz com as nossas ações, ideias, ideais, desejos e com o amor - o próprio, ao próximo, e o do amado(a) se houver, é estar de bem com a gente mesmo em primeiro lugar.
Ter um parceiro, amar o outro, é lindo. Mas é preciso aprender que quando a gente se ama, se valoriza e se respeita, é que as pessoas se tornam..., não menores do que parecem, mas do tamanho que elas realmente são. E aí, a possibilidade de ficar acreditando numa história que não existe ou não tem fundamento é bem menor.
Mas não pense que o pouco é o bastante para você. Somos capazes de escolher e depende de nós escolhermos o que há de melhor no outro e em nós mesmos. Cada um sabe o que é e o que oferece. Façamos a nossa parte - evoluir é uma delas. O tempo (nem sempre longo) nos mostra que tem razões para tantos tropeços e o desencadear da vida, mostra o que é que nos move... e cada passo depende exclusivamente de nós.
Então hoje, um passo largo, um passo ao amor! Aquele que ninguém vai poder te tirar e que dura os 365 dias do ano!